"Maior furada da minha vida": escritora desabafa sobre trilha onde brasileira morreu na Indonésia

Data: 2025-06-27
news-banner

O relato sincero da escritora Letícia Mello sobre a trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, viralizou após a morte trágica da brasileira Juliana Marins, que caiu durante o percurso e ficou dias esperando socorro.

Letícia subiu o vulcão em 2017 e não economizou nas palavras:

“O Monte Rinjani foi a maior furada da minha vida”, escreveu.

Segundo ela, a experiência foi assustadora, mal organizada e cheia de riscos. Mesmo com vivência em trilhas ao redor do mundo, Letícia afirmou que foi a única vez em que se sentiu em perigo real.



Por Paulo Roberto – Plantão da Treta
Publicado em 27/06/2025 às 00h00



Prometeram um passeio, entregaram um perrengue

De acordo com Letícia, a agência que vendeu o passeio garantiu que não era necessário preparo físico nem equipamentos especiais.
Mas a realidade foi bem diferente:

  • Metade do grupo desistiu no primeiro dia;

  • Os guias estavam despreparados;

  • A alimentação era insuficiente;

  • No topo da montanha, o frio e o risco eram extremos.

“Subimos no escuro, sem estrutura, com guias que mal falavam nosso idioma. Na descida, vi que estávamos o tempo todo à beira de um penhasco. Foi desesperador”, relatou.


A trilha que virou armadilha

A trilha até o cume do Monte Rinjani pode durar de dois a quatro dias e é vendida por agências por até R$ 2.700, dependendo do pacote.
Relatos no TripAdvisor alertam para:

  • Terreno escorregadio

  • Solo solto e íngreme

  • Temperaturas próximas de zero grau

  • Caminhadas de até 15 horas por dia

Apesar da paisagem deslumbrante, muitos reforçam: é preciso preparo físico e psicológico.


O caso de Juliana Marins

Juliana, uma jovem brasileira, também contratou uma agência para subir o Monte Rinjani.
Ela teria sido deixada para trás pelo guia, após apresentar sinais de cansaço.
Segundo a família, Juliana seguiu sozinha e acabou caindo.
Seu corpo foi encontrado após dias de buscas.

Nos últimos cinco anos, o governo da Indonésia registrou 180 acidentes e 8 mortes no local.


Regras mais rígidas em 2025

Após os casos recentes, foram implementadas novas medidas de segurança:

  • Limite de 220 trilheiros por vez

  • Obrigatoriedade de atestado médico ou avaliação física

  • Proibição de embalagens descartáveis

  • Obrigação de levar recipientes próprios de comida e água



Fica o alerta

Mesmo com paisagens de tirar o fôlego, o Monte Rinjani não é passeio para amadores.
Treinamento físico, equipamentos adequados e agências confiáveis são indispensáveis.

Letícia encerra seu relato com uma reflexão direta:

“O nascer do sol no topo é lindo. Mas nada compensa o risco de não voltar vivo.”


Você faria uma trilha como essa? Acha que as agências são responsáveis por informar os perigos?
Comente com a gente no Plantão da Treta.



Texto por: Paulo Roberto
Fonte: Adaptado do g1, com informações adicionais de agências locais e viajantes

Deixe seus comentários